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sábado, 12 de junho de 2010

PLANTAS ÚTEIS PARA OS NOSSOS ORQUÍDARIOS E JARDINS

Quando temos nossas plantas atacadas por insetos indeséjaveis, geralmente, valemo-nos de um bom inseticida químico para acabar com o problema. Sabemos entretanto, que alguns destes "venenos" são metabolizados pelas plantas e em função de sua toxicidade acabam por eliminar ou espantar os visitantes indesejados. Todavia, podemos conseguir o mesmo resultado valendo-se de outras plantas (flores, folhas e ou raizes) facilmente encontradas em jardins, floriculturas, farmácias homeopáticas e até mesmo em casas de ervas. Assim, passamos a apresentar algumas destas plantas que podem nos auxiliar de uma maneira mais natural.

CALÊNDULA (Calendula officinalis) - é uma bela e delicada flor que pode acrescentar um ar campestre aos jardins, mas não é só: suas propriedades medicinais são reconhecidas até pela homeopatia e fitocosmética, que não dispensam seus poderes cicatrizantes e suavizantes da pele, no jardim, liberam aroma sutil que afugenta formigas.
ALAMANDA (Alamanda sp) - produz flores vistosas, amarelas, graúdas mas também é muito útil para combater os terríveis pulgões. Com suas folhas podemos produzir uma "calda"poderosa contra estes insetos sugadores, basta ferve-las em um pouco de água, deixar esfriar, coar e pulverizar sobre as plantas atacadas.
ARRUDA (Ruta graveolens) - além de espantar mau-olhado, também combate os pulgões.
CAMOMILA (Matricaria chamomilla) - além de um chá muito saboroso, fornece um forte inseticida natural que ajuda a combater inúmeras doenças que atacam as plantas.
A folha do TOMATEIRO (Lycopersim esculentum), a folha do COENTRO (Coriandrum sativum), as folhas de LOSNA (Artemisia absinthium) e a CAPUCHINHA (Tropaeolum majus), também são fortes inseticidas.
TAGETE (Tagetes patula), mais conhecido como cravo-de-defunto, além de espantar formigas e pulgões, tem propriedade nematicida,
HORTELÃ (Mentha piperita) e o GERGELIM (Sesamum aricutale), ajudam no combate de formigas.
GERÂNIO (Pelargonium sp.) elimina pragas como o pulgão.

Em todos estes casos recomendamos ferver as plantas indicadas ou deixar em infusão (como fazer chá), aguardar que esfrie e posteriormente coar. Caso a "calda" fique muito concentrado, recomendamos dilui-la e posteriormente pulverizar. Ao contrário dos "venenos" químicos onde existe restrição quanto a mistura de produtos, as "caldas" naturais podem ser agrupadas. Todavia, lembramos que as "caldas" são produtos perecíveis (preparados a base de água) e não podem ser guardadas por mais d três a quatro dias após o preparo.
Algumas vantagens são: saem a preço mais barato, dão beleza ao orquidário ou jardim e não nos causam doenças, como o câncer, compensa tentar.

MINHA ORQUÍDEA NÃO ESTÁ FLORESCENDO... O QUE FAZER?

Para que uma orquídea floresça, são necessários vários itens, entre eles luminosidade, altitude, adubação, temperatura etc.
Os fatores acima afetam a planta de acordo com a espécie, tendo maior ou menor influência sobre elas. Os mais importantes para a floração são a altitude e a luminosidade, desde que a planta já esteja adulta.

Luminosidade: Orquídeas para florir necessitam de luz. Mas como saber quanto de luz? Um bom método é através da avaliação da cor das folhas, se o verde estiver muito escuro a planta está recebendo pouca luz, se estiver amarelando está recebendo muita luz (está muito claro), geralmente considera-se o ideal um verde como o da alface.
Altitude: Geralmente este problema só é sentido por pessoas que estão ao nível do mar. O que acontece é que plantas que vegetam em áreas de grande altitude (p.ex. 1.200 m) quando levadas para cidades ao nível do mar, demoram muito para se aclimatar, enfraquecem e muitas vezes nunca mais florescem. Isto é muito comum em Dendrobiuns e Cymbidiuns, portanto muito cuidado ao comprá-los. Os vendedores das floriculturas geralmente não se importam se as plantas que foram vendidas vão viver ou florir novamente com quem as adquiriu, e muitas vezes trazem essas plantas, com flores, de regiões altas como, e as vendem em regiões de baixa altitude. Por incrível que pareça, não avisam que essas plantas são provenientes de regiões altas podendo não voltar a florir.

GANHEI UMA ORQUÍDEA. E AGORA?

Esta pergunta é muito comum e nem sempre é fácil de respondê-la. Vamos tentar dar uma resposta da forma mais simples possível, mas aqui deixo umA dica: se você tem uma orquídea e já está mantendo-a viva por alguns meses e bonita (pelo menos em folhagem) ou está conseguindo fazê-la crescer, mantenha o que está fazendo, pois como já foi dito, a planta avisa do que está gostando ou não.

Agora vamos à resposta a nossa questão:
Vários são os fatores que devemos observar, aqui vamos citar sombreamento, irrigação, e adubação, dando exemplos práticos.
Sombreamento (Onde coloco a orquídea?) - Se você mora em uma casa onde tenha alguma árvore, pendure o vaso com a planta em baixo da árvore, de modo que a sombra da árvore proteja a orquídea. Se você mora em um apartamento, procure colocar a planta em um local onde receba um pouco de sol da manha, mas cuidado, colocar a planta diretamente no sol pode queimar as folhas da mesma, o ideal é ir aclimatando aos poucos até chegar ao local que deseja.
Irrigação (Quando devo molhar?) - As orquídeas adoram "tomar banho" (água), mas precisam se secar antes de tomar outro. Logo molhe sua orquídea sempre que ela estiver seca (verifique o substrato = xaxim). Não deixe a planta sempre molhada, ou com prato de água em baixo, porque se as raízes das orquídeas ficarem encharcadas muito tempo, elas apodrecem e sem raízes fica difícil da planta viver.
Adubação (Preciso adubar minha orquídea?) - Geralmente não são necessárias grandes adubações, mas sempre é aconselhável dar alimentos a sua planta, pois assim ficará mais forte e terá flores mais exuberantes. Se você tem poucas orquídeas, aí vai uma dica bem simples e barata, jogue uma vez por semana a primeira água do arroz, pois esta água da primeira lavagem do arroz é rica em vitaminas e as orquídeas adoram.
Seguindo estas dicas é só esperar a próxima floração.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

NOÇÕES BÁSICAS PARA O CULTIVO DE ORQUÍDEAS - Parte 2

TIPOS DE VASOS, FERRAMENTAS NECESSÁRIAS E DESINFECÇÃO
Normalmente os vasos mais utilizados e facilmente encontrados são os de barro e os de plástico.

VASO: barro
VANTAGENS: melhor aeração e conseqüentemente retém água por menos tempo.
DESVANTAGENS: seca muito mais rápido

VASO: plástico
VANTAGENS: preço baixo, mais leves, fáceis de limpar.
DESVANTAGENS: retém mais umidade e pode favorecer o apodrecimento das raízes.

O formato dos vasos varia muito. Existem formatos que são mais apropriados para uma espécie do que para outra, contudo, como regra geral todos devem possuir uma boa capacidade de drenagem (furos largos e cacos de telha no fundo), propiciando um rápido escoamento da água.

DESINFECÇÃO
Caso você opte pela reutilização de um vaso, é imprescindível a desinfecção do mesmo antes de replantar uma orquídea, bem como de todas as ferramentas que irá usar (facas, tesoura de poda, pá de jardinagem etc). Para desinfectar um vaso de plástico basta lavá-lo muito bem com água e água sanitária e deixá-lo secar ao sol. Já o vaso de barro, após a lavagem, ainda úmido, coloque-o por alguns segundos sobre a chama do fogo para queimar possíveis micróbios. O mesmo deve ser feito com as ferramentas: flambe na chama do fogo a tesoura de poda e faca sempre que for cortar uma folha velha, raiz ou bulbo de sua orquídea.

CACHEPÔS E SUSPENSÓRIOS
Cachepô de madeira você pode comprar pronto ou fazer, utilizando 24 pedaços de madeira de 0,20 x 0,01 m, alicate de corte e de ponta e 5 m de arame n° 18.

Suspensórios de arame para pendurar:
•vasos de barro fazer um suspensório de 3 pontas com 1 pedaço de arame galvanizado ou de cobre n° 16 de 1,20 m e outro de 0,70 m.
•cachepô, fazer um suspensório com 4 pontas, usando 2 pedaços de arame de 1,20m. Fazer uma alça no alto para pendurar e ganchos na base para sustentação.

XAXIM E OUTROS SUBSTRATOS
O substrato serve como suporte para a planta e ajuda a reter os nutrientes. Um bom substrato deve ter várias qualidades: ser durável (4 a 6 anos), ter fácil disponibilidade, preço acessível, facilidade de manuseio, capacidade de sustentar a planta, firmeza, ausência de toxidez, boa aeração, manutenção do pH, capacidade de retenção da água, porém sem encharcar, etc.

Xaxim: apresenta quase todas as qualidades, além de ser rico em nutrientes. Pode ser usado na forma de palito, placas, vasos e desfibrado. Porém, como está em extinção, está sendo substituído por outros substratos alternativos.
Esfagno ou musgo: Pode ser usado puro ou misturado com outros substratos e é recomendado para plantas que precisam de muita umidade para sobreviver, principalmente as mudinhas novas.
Casca de coco: é um bom substrato devido a abundância do material, porém deve ser obrigatoriamente extraído do coco seco, pois a casca do coco verde não é aconselhável por ser de curta duração, além de ser excelente local para fungos e bactérias que podem dificultar o enraizamento ou mesmo contaminar a planta, matando-a.
Coxim: É o tecido da casca do coco a base de tanino. E vendido na forma de vasos, cubos, bastões, placas, fibras e grânulos. Ainda é um material relativamente caro. Deve-se molhar com moderação pois ele retém a umidade por muito tempo.
Troncos: Deve ser de madeira resistente e de preferência com casca firme e rugosa. É fácil de usar e as plantas dificilmente sofrerão por umidade excessiva.
Tutor vivo (árvores): é sem dúvida o substrato ideal, pois é o que melhor imita as condições naturais. O tutor vivo tem a desvantagem de não poder ser removido para as exposições.
Carvão vegetal: pode ser usado como substrato isoladamente. Muitos orquidários estão usando carvão misturado com casca de pinus moída, pedra brita ou xaxim, com excelentes resultados. Bom para as plantas que não gostam de água acumulada nas raízes.
Caroço de açaí: Encontrado em abundância no Norte e Nordeste. Deve-se ter o cuidado de antes de utilizá-lo lavá-lo bem para tirar o pó e ferver durante 10 minutos para matar o embrião evitando assim a sua germinação. É um substrato de curta duração.
Material inorgânico: Entre os materiais usados podemos citar rocha vulcânica, brita de vários tamanhos, agregados como argila expandida, dolamita etc.
Piaçava:É um substrato com boas características: é poroso, mas é formado em grade parte por lignina que não se decompõe. Bom para orquídeas que não gostam de muita umidade.
Casca de árvores: Podem ser usadas grandes lascas ou pode ser triturada, pura ou misturada com outros elementos. As mais usadas são casca de peroba e nó de pinho.
Outros tipos: Mistura de grãos de isopor, casca de pinus e carvão, rolha, casca de amendoim, casca de macadâmia.


PLANTIO DE ORQUÍDEAS EM ÁRVORES
A maioria das orquídeas vive grudada em troncos de árvores, mas não é parasita, pois ela vegeta sobre árvores, usando-as somente como suporte. Elas fixam suas raízes completamente expostas, recebendo total e ampla oxigenação, obtendo alimentos para sua nutrição através do ar, da chuva e de elementos orgânicos.

Dicas importantes
Escolher árvores que: perdem folhas no inverno; tenham bastante folhagem no verão; tenham galhos que recebem sol pela manhã; e com troncos com casca rugosa, que não soltem as cascas.
Não se esqueça: para plantar na árvore, deve-se acomodar a planta no tronco ou galhos da árvore, juntando um pouco de xaxim desfibrado por baixo da muda. O rizoma deve ficar bem junto ao tronco, os novos pseudobulbos devem ficar voltados para cima. Passar um barbante entre um pseudobulbo e outro, amarrando a planta na árvore de maneira firme, mas sem apertar demais. O broto deve ficar livre.
O fio usado deve ser retirado depois que as plantas estiverem bem enraizadas.

NOÇÕES BÁSICAS PARA O CULTIVO DE ORQUÍDEAS - Parte 1

As orquídeas pertencem a uma família de plantas subdivididas em mais de 500 gêneros, cada um deles possui centenas de espécies. O número total de espécies oscila em torno de 25.000, espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

O gênero Isabelia, por exemplo, possui uma única espécie, já o gênero Bulbophylum tem mais de mil espécies. As orquídeas mais populares são os gêneros: Cattleya, Laelia (lê-se Lélia), Oncidium (uma das espécies é conhecida como chuva de ouro), Cymbidium, Miltonia, Dendrobium, Vanda, Phalaenopsis (lê-se Falenópsis), Paphiopedilum (vulgo sapatinho).

As orquídeas apresentam variações quanto ao local onde se desenvolvem na natureza. Podem ser:

1)Epífitas - quando a orquídea se desenvolve em troncos e galhos de árvores. Apesar disso, ela NÃO é uma parasita, pois não danifica nem retira nutrientes das árvores. O seu sustento vem do oxigênio que absorve através das folhas, da umidade do ar, do sol, da água da chuva e dos nutrientes que derivam das folhas e insetos mortos e decompostos que ficam depositados sobre os galhos e troncos.
2)Terrestres - são aquelas que vivem no solo. Geralmente são plantas de climas temperados, mais amenos; têm o sistema de raízes próprias para se desenvolverem na terra. Gostam de local menos ensolarado.
3)Rupícolas ou Litofíticas - se desenvolvem em solo rochoso, em locais geralmente muito ensolarados. As raízes ficam protegidas nas fendas das rochas ou sob o mato. Essas orquídeas enfrentam condições adversas de temperatura: calor forte durante o dia e noites frias
4)Saprófitas - espécie subterrânea que cresce e floresce no subsolo, a Rhizanthella garneri, coletada pela primeira vez em 1928 na Austrália. Não tem clorofila e se desenvolve com a ajuda de um fungo.

A vontade de se ter a beleza das orquídeas em casa levou à busca de cultivos alternativos. Para o desenvolvimento adequado da orquídea fora de seu habitat natural, precisamos estar atentos aos seguintes fatores: luz, temperatura, umidade e água, adubação, substrato e vasos.

Quanto ao crescimento, as orquídeas podem ser classificadas em:

1)Simpodiais - plantas que crescem na horizontal, ou seja, o novo broto se desenvolve na frente do bulbo adulto formando o rizoma e um novo pseudobulbo, num crescimento contínuo.
2)Monopodiais - planta com crescimento vertical. Suas folhas são lineares, rígidas e carnosas, muitas vezes sulcadas ou semi-cilíndricas, dispostas simetricamente no caule da planta. Ex. Vandas, Ascocendas.

Crescimentos novos, chamados de “frente”, começam na base do pseudobulbo guia, a partir das gemas. Muitas dessas orquídeas formam na base das folhas do pseudobulbo guia (de onde sairá a aste floral) uma estrutura especializada, tipo folha, chamada bainha. A função principal da bainha é proteger as gemas e as partes novas da planta. Uma característica das Cattleyas é a formação de uma estrutura chamada espata que serve para proteger o botão floral. Embora seja comum seu aparecimento, as vezes acontece de os botões nascerem sem espata.

Orquídeas... Germinar, crescer, florir, reproduzir e viver.

As orquídeas são plantas que em sua evolução se especializaram em sobreviver sobre outras plantas (árvores), sem prejudicá-las (epífita). Esta especialização foi provavelmente para ter melhores condições de sobreviver, pois lá em cima das árvores elas conseguem mais luz, mais ventilação, ficando menos sujeitas a inundações, queimadas e predadores que no solo, além de estarem mais visíveis para que os pássaros e insetos possam polinizá-las ajudando a procriação, logo, toda esta adaptação foi no sentido de manter-se viva. As orquídeas só germinam com Ph ácido, o que é conseguido na natureza através da simbiose com um fungo micorriza. Então a orquídea germina, e demora em torno de 5 a 8 anos para dar a primeira flor, ou seja, para tornar-se adulta, a partir de então passa a florecer anualmente, dependendo das condições que vive. Este período de espera em cultivo é que eleva o preço destas plantas.

As orquídeas não são plantas difíceis de cultivar, apenas estão tão adaptadas à forma de vida escolhida que se não lembrarmos disso ela simplesmente morre.Por isso podemos ajudá-lo com dicas simples que se seguirão neste e nos próximos artigos que escreveremos, sempre com explicações e ensinamentos. Mas lembre-se: o que eu e outros escrevemos se aplica a muitas orquídeas em muitas regiões, mas não a tudo e nem a todas, podemos ter variações e estamos sempre aprendendo, o mais importante é aprender com a planta, que é um ser vivo, e avisa se está ou não gostando do que está sendo feito. Espero poder passar a todos o que acredito seja ser um orquidófilo. Orquidófilo é uma pessoa que gosta da natureza, gosta das orquídeas e com elas aprende a preservar o meio ambiente, pois dele todos dependemos. Não depreda o meio ambiente, muito pelo contrário, está sempre tentando recuperá-lo, pois assim poderá sempre ver suas plantas preferidas vivendo onde nasceram. Tem prazer em ensinar o que aprendeu. Existem outras modalidades dentro da orquidofilia, que podem enquadrar muitos, como por exemplo, orquidólogos - são os que estudam orquídeas, coletores - são os que coletam orquídeas, cultivadores - são os que cultivam comercialmente estas plantas.